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Guido_Rona
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diálogos afrodiaspóricos

Curadoria:
Christoph Singler

Edu Monteiro

Maurício Barros de Castro

Uma exposição pode acontecer de muitas formas, partir de caminhos distintos, contar histórias diversas e apresentar conexões possíveis, mesmo que pouco usuais ou inusitadas, entre trabalhos de artistas. Esta perspectiva se torna mais ampliada com as plataformas digitais. Ao mesmo tempo que estes dispositivos nos trazem novos desafios e enfrentamentos, subitamente se colocam como um espaço de articulações e resistências transnacionais, principalmente em meio à pandemia do Covid 19. A história dessa exposição se situa nesse contexto, em que uma pandemia ganhou dimensão global, forçando os sujeitos, principalmente em sua primeira onda, a se isolarem uns dos outros. Nesse cenário distópico, novos formatos digitais, como os webinários, possibilitaram uma reconfiguração de redes que já existiam anteriormente e a formulação de novas alianças. Dessa maneira se deu o primeiro encontro entre os artistas Guido Llinás e Rona, por meio do webinário intitulado Artes e circuitos da diáspora africana, organizado por Edu Monteiro e Maurício Barros de Castro e realizado pelo LAPA – Laboratório de Artes e Políticas da Alteridade, grupo de pesquisa certificado pelo CNPq/UERJ. O evento reuniu Rona e Christoph Singler, pesquisador da obra de Guido. O webinário revelou a intensidade daquele encontro, marcado por reflexões em torno das trajetórias de dois artistas afrodiaspóricos, de gerações e origens distintas, que nunca se conheceram ou estabeleceram conexões entre seus trabalhos. Nos colocamos diante desta tarefa impulsionados pela evidente potência da proposta, da mesma forma que seus desafios também eram nítidos. Assumimos a curadoria, mas contamos com a escuta atenta de Rona no processo de montagem virtual da exposição. Generosamente, o multi-artista carioca se dispôs a estabelecer diálogos afrodiaspóricos com o pintor cubano. Neste sentido, partimos das pinturas de Guido e Rona, não para compará-las, mas para encontrar um ponto em comum por meio de uma linguagem que ambos compartilham. Depois, o caminho que nos parecia certo era aquele que nos levava a nos perder nas distâncias e aproximações entre os dois artistas. Um movimento já anunciado pelas histórias de vida de cada um. Rona havia nascido e vivia no subúrbio do Rio de Janeiro, enquanto Guido deixou Cuba, onde nasceu, para se exilar na França, mais precisamente em Paris, onde morreu em 2005. Ao lado de Guido e Rona, traçamos cartografias que nos revelam os muitos sentidos da produção artística nesse espaço de rupturas e continuidades que ficou conhecido como o Atlântico Negro.