O arquivo de Arthur Ramos é composto por cerca de cinco mil documentos e encontra-se sob a guarda da Biblioteca Nacional na Divisão de Manuscritos desde 1956, quando foi vendido pela viúva do médico Luiza Ramos. Na introdução para o inventário publicado pela Biblioteca Nacional, a professora Luitgarde Oliveira Cavalcante Barros (UERJ) ressalta a compreensão de Arthur Ramos para com as Ciências Sociais, que entendia como importante evitar o compartilhamento dos estudos do homem e da sociedade. Outra questão que nos chama a atenção são as correspondências contidas onde pode-se ter uma idéia da posição que ocupava na dinâmica das Ciências Sociais, tendo inclusive ocupado o cargo de chefia desta disciplina na recém criada Universidade do Brasil e na UNESCO.
A partir de seleção realizada pela professora Luitgarde Oliveira Cavalcante Barros, trazemos algumas imagens que exemplificam as preocupações de Arthur Ramos para com a questão racial no Brasil. Indo contra boa parte das abordagens realizadas até então, Arthur Ramos busca romper com as teorias que viam o homem negro no Brasil como atavicamente propenso a comportamentos estigamatizantes. Buscamos com esta mostra contribuir para que novas leituras sejam feitas sobre a contribuição deste autor para o estudo das questões raciais no Brasil.
Os documentos estão em fase de digitalização pela Fundação Biblioteca Nacional.