“Unir um evento contemporâneo às lendas dos orixás femininos nos permite romper com a separação tradicional entre passado, presente e futuro, ou seja, a Feira das Yabás nos permite pensar como o passado apresenta-se contido no presente, os arquétipos de gênero; a religiosidade afro-brasileira e a sociabilidade proporcionada por uma manifestação cultural de matriz africana.”
GONÇALVES. M.A.R. A Feira das Yabás: Mulheres Negras abençoadas pelos Orixás Femininos. In: SANTOS. Myrian Sepúlveda dos (org.). Nos quintais do Samba da Grande Madureira: memória, história e imagens de ontem e hoje. Olhares: São Paulo. 2016.
As culturas afro-brasileiras foram criadas pelos africanos e seus descendentes que viviam, na condição de escravizados no Brasil colônia. Elas, até os nossos dias imprimem suas marcas na vida social nacional, regional e popular brasileira sendo recriadas permanentemente pelos afro-brasileiros. A Feira das Yabás, patrimônio imaterial da cidade do Rio de Janeiro, é um bom exemplo de manifestação cultural de matriz africana na cidade. Criada em 2008 pelo compositor e cantor Marquinhos de Oswaldo Cruz, ela homenageia as Iabás: Orixás e Cozinheiras, unindo religiosidade e gastronomia, o sagrado e profano, o mundo dos homens e mundo dos orixás. Ela une mundos, junta pessoas, faz circular coisas, todo o último domingo de cada mês, transformando o espaço da Praça Paulo da Portela, em Oswaldo Cruz na Grande Madureira, em território negro. A Feira, além de ser reconhecida como patrimônio imaterial da cidade, preserva a história e a memória afro-brasileira, criando redes de sociabilidade que conectam a todos na cidade. Não há quem não queira almoçar, aos domingos na Feira, degustando as maravilhas gastronômicas criadas pelas tias quituteiras e lideranças comunitárias, reunindo familiares e amigos e ouvindo uma boa música.
Curadoria: Maria Alice Rezende Gonçalves, Sormani da Silva e Ana Paula Alves Ribeiro.
Textos: Maria Alice Rezende Gonçalves.
Fotografias: Maria Alice Rezende Gonçalves, Cristiano Cardoso e Sormani da Silva.
Produção: Maria Alice Rezende Gonçalves, Sormani da Silva e Wallace A. Silva.
Artes e divulgação: Daniela Bento.
Website: Wallace A. Silva.
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